quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Dadaísmo

DADAÍSMO

Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem 
permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, 
o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, 
artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento 
dos seus próprios países na guerra. 
Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a 
incapacidade da ciênciasreligião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a 
destruição da Europa. 
A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tristan Tzara num 
dicionário alemão-francês. 
Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". 
Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido 
diante da irracionalidade da guerra. 
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado 
do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. 
Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, 
a desordem, o caos. 
Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria 
evitar a guerra. 
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês
Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, 
tratado como objeto de arte por opção do artista. 
O Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias, 
as ordenações lógicas. 
Aliás, também é contra os manifestos, como afirma um dos seus iniciadores, 
Tristan Tzara (1896-1963), em seu manifesto Dada, 1918:
"Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por 
princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios."
São também palavras dele: "Que cada homem grite: há um grande trabalho destrutivo, 
negativo, a executar. 
Varrer, limpar, A propriedade do indivíduo se afirma após o estado de loucura, de loucura 
agressiva, completa, de um mundo abandonado entre as mãos dos bandidos que rasgam e 
destroem os séculos." 
"Liberdade: DADÁ DADÁ DADÁ, uivos das dores crispadas, entrelaçamentos dos contrários 
e de todas as contradições, dos grotescos, das inconsequencias: A VIDA."
O fim do Dadá como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921. 

Principais artistas: 

Marcel Duchamp
(1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como 
a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, 
interessando-se pelo movimento das formas. O experimentalismo e a provocação o 
conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). 
Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e 
receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao 
enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências 
(pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou 
mecanismos ópticos.
       
François Picabia
(1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente com os principais 
movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. 
Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais
 próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas 
metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais 
discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecânicos do 
dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a abstração pura que praticara 
por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com a superposição de formas 
lineares e transparentes. 
     
Max Ernest
(1891-1976), pintor alemão, adepto do irracional e do onírico e do inconsciente, esteve 
envolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em pintura e escultura. 
No Dadaímo contribuiu com colagens e fotomontagens, composições que sugerem a 
múltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a 
decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfície 
rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou grafita, de modo 
que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele. Como o artista não tinha 
controle sobre o quadro que estava criando, o frottage também era considerado um 
método que dava acesso ao inconsciente. 
  
Man Ray
(1890-1976, americano, nome real Emmanuel Radnitzky) – A pintura, seu primeiro quadro 
(1913) é cubista, assim como o cinema, quatro curta-metragens produzidos na década de 
40, sempre andaram a reboque da grande paixão que Man Ray tinha pela fotografia. 
Era um experimentalista por excelência. Trancava-se horas a fio no laboratório fotográfico 
para pesquisar, reconstruir e testar métodos em busca de aperfeiçoamento. Mesmo sem 
deixar a sua paixão de lado, funda, em 1915, a primeira revista dadaísta dos Estados 
Unidos, The Ridgefield Gazook, e, em 1921, participa da primeira Exposição Surrealista de 
Fotos, em Paris. E, tentando enquadrar a fotografia na categoria de arte, escreve, em 1937, 
o livro Fotografia não é Arte? Fazia, assim, uma provocação tipicamente dadaísta à 
sociedade da época. Man Ray trabalhou, a exemplo da arte pictórica do século IX, em três 
gêneros: natureza morta, paisagem e retrato. Lidando com os princípios básicos da 
fotografia, ele inova, busca relevo, a terceira dimensão e, para alcançar isso, começa a usar 
a raiografia, uma técnica em que objetos são colocados sobre o papel fotográfico em um 
quarto escuro e expostos à luz sem utilização da câmera. 
Man Ray foi, na verdade, o grande defensor da fotografia como arte, uma espécie de artesão 
conceitual, sempre brincando com uma consciência por trás das coisas em busca da 
metáfora e não simplesmente jogando elementos. Com ligações que passam pelo Cubismo, 
Dadaísmo e Surrealismo, é o artífice da foto criativa, elaborada, construída ou improvisada, 
tentando sempre uma aproximação entre fotografia e pintura e é o pioneiro da 
desconstrução da fotografia com a transformação de fotos tradicionais em criações de 
laboratório, usando muitas vezes distorções de corpos e formas. 
Mas, artísticas ou não, o fato é que as suas fotos mais ousadas não foram bem-aceitas pelo 
público e, em 1940, foi para Hollywood trabalhar como fotógrafo das estrelas de cinema 
como Ava Gardner, Marylin Monroe e Catherine Deneuve. O tão esperado reconhecimento 
internacional por seus experimentos só veio em 1961 com a Medalha de Ouro na Bienal de 
Fotografia de Veneza. E, nos anos 70, quando surge o Pós-Modernismo, Andy Warhol 
começa a fundir ainda mais os elementos pesquisados por Man Ray e a fotografia passa a 
ganhar, a partir daí, o status de obra de arte. 
   
fonte: historiadaarte.com.br
Aluno: Vinicius Oliveira Sampaio


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